Lourenço, Abio .
Dois jovens. Dois
destinos diferentes. Lourenço filho de criação. Abio, filho natural. Seu Dito, feitor da fazenda
Guatiaia e vários trabalhadores. Juntos, vão somar inúmeros fatos, que resultarão em um só final.
Seu Dito. Homem de porte altivo, feição fechada. Era com este jeito de poucas amizades que ele imputava aos seus subordinados, um ritmo de trabalho árduo. Para ele não existia homem sem valor. Mas existia sim, homens sem coragem de se valorizar.
E por causa deste seu gênio forte dominante, que resolveu:
Seus dois filhos, Lourenço e Abio, teriam que passar por uma ação disciplinar. Ambos de dezesseis anos.
Por pura obra do destino, quando Seu Dito recebeu o recém-nascido, Lourenço, abandonado e desprezado, pela porta da cozinha; seu filho primogênito e único, entrava pela porta da frente, nos braços de sua amada esposa.
Os meninos foram registrado no mesmo dia e naturalmente, ambos tinham a mesma idade. Mas as semelhanças acabavam por ai.
Lourenço, Abio e suas diferenças.
Lourenço; era de pequenino, uma criança seriamente abalada. Mental e fisicamente. Seus traços indígenas, não escondiam sua condição de mestiço.A mistura de índio com branco, parece que naquele caso em especial, havia feito muito mal para a mente daquela criatura.
Quando os peões da fazenda o encontram enrolado nas folhas de bananeiras, num lado ermo da fazenda, com o cordão umbilical ainda sangrando, não havia sombra de dúvida. Aquela criança era filho de alguma índia com algum peão da fazenda. A dezesseis anos atrás. Mas agora um misterioso a assombroso lado havia surgido. Lourenço estava ficando cada vez mais bonito e atraente. E já estava havendo uma certa competição entre os irmãos. Pois Abio também era muito bonito.
Abio. Nasceu fora de tempo.Ou seja, os pais entrados em idade, não esperavam por esta benção. Portanto, Abio era de fato um abençoado.
Seu Dito. Homem de porte altivo, feição fechada. Era com este jeito de poucas amizades que ele imputava aos seus subordinados, um ritmo de trabalho árduo. Para ele não existia homem sem valor. Mas existia sim, homens sem coragem de se valorizar.
E por causa deste seu gênio forte dominante, que resolveu:
Seus dois filhos, Lourenço e Abio, teriam que passar por uma ação disciplinar. Ambos de dezesseis anos.
Por pura obra do destino, quando Seu Dito recebeu o recém-nascido, Lourenço, abandonado e desprezado, pela porta da cozinha; seu filho primogênito e único, entrava pela porta da frente, nos braços de sua amada esposa.
Os meninos foram registrado no mesmo dia e naturalmente, ambos tinham a mesma idade. Mas as semelhanças acabavam por ai.
Lourenço, Abio e suas diferenças.
Lourenço; era de pequenino, uma criança seriamente abalada. Mental e fisicamente. Seus traços indígenas, não escondiam sua condição de mestiço.A mistura de índio com branco, parece que naquele caso em especial, havia feito muito mal para a mente daquela criatura.
Quando os peões da fazenda o encontram enrolado nas folhas de bananeiras, num lado ermo da fazenda, com o cordão umbilical ainda sangrando, não havia sombra de dúvida. Aquela criança era filho de alguma índia com algum peão da fazenda. A dezesseis anos atrás. Mas agora um misterioso a assombroso lado havia surgido. Lourenço estava ficando cada vez mais bonito e atraente. E já estava havendo uma certa competição entre os irmãos. Pois Abio também era muito bonito.
Abio. Nasceu fora de tempo.Ou seja, os pais entrados em idade, não esperavam por esta benção. Portanto, Abio era de fato um abençoado.
Um amanhecer calmo e
sereno envolvia o vale onde repousava a fazenda . Sob os tetos de couro sintético e
zinco que cobriam as casas dos trabalhadores, brotavam fios de fumaça branca
que esgueirava morosamente na direção do céu. O cheiro de café-cabloco, feito no fogo à
lenha , era sentido em todas as direções. E para suplementar este cheiro gostoso de café, ouvia-se ao fundo, o canto harmonioso do sabiá-laranjeira. Tudo se tornava doce. Vida de brandura extrema.
Assim se sucediam os dias na fazenda guatiaia.
Como foi anunciado alguns instantes atrás, era desejo do feitor, disciplinar seus dois filho.
E no lugar de sempre, na calçada do barracão, o feitor, por tradição e até por um dever de chefe, era sempre o primeiro a chegar.
Esperava por todos os trabalhadores. E neste dia em especial, ele também esperava por seus dois filhos. Já que os rapazes foram expulsos da escola por mal comportamento, que fossem trabalhar no cultivo da banana. Estava convicto de que com o trabalho, os rapazes iriam se regenerar.
E no lugar de sempre, na calçada do barracão, o feitor, por tradição e até por um dever de chefe, era sempre o primeiro a chegar.
Esperava por todos os trabalhadores. E neste dia em especial, ele também esperava por seus dois filhos. Já que os rapazes foram expulsos da escola por mal comportamento, que fossem trabalhar no cultivo da banana. Estava convicto de que com o trabalho, os rapazes iriam se regenerar.
Com os peões todos a
postos, o feitor iniciou a divisão de tarefas:
- Zé Lino, Perninha, Alagoas e velho Rafael, todos para o corte no campo.
Campo de aviação. Era o trecho central da fazenda. Um lugar plano, e onde foi construído o campo de pouso de avião, tanto particular, os donos da fazenda, como para o avião que fazia a pulverização do bananal.
Houve alguns murmúrios, mas sem relevância nenhuma para o feitor, que seguiu:
Houve alguns murmúrios, mas sem relevância nenhuma para o feitor, que seguiu:
- José Profiro, Galdino, Zé Lino, vão para desbastes no sítio do meio.
Profiro ergueu prontamente o braço contestando:
- Ora, estamos sendo mandando de novo para os desbastes lá no sítio do meio, por quê? Minhas mãos ainda nem se recuperaram dos calos. Por que o Senhor Não manda seus filhos...
Ele foi interrompido pelo feitor:
- Seu José Profiro, meus filhos já estão escalados para irem para o final da fazenda. Mais se o senhor quiser ir trabalhar no final da fazenda. Eu os mando para os desbastes no sítio do meio. O senhor é quem escolhe.
Claro que ninguém
está a fim de ir trabalhar no final da fazenda. E José Profiro, preferiria que
fosse-lhe criado mil calos na sua mão, do que ir trabalhar no final da
fazenda. Os comentários a cerca do aparecimento da “menina do rio” eram
recentes e continha forte indícios de serem verídicos, após o ocorrido com o
patrão. Mesmo Patrick não tendo fornecido maiores detalhes, porém o pouco que
forneceu, foi suficiente para muitos não quererem mais trabalhar no final da
fazenda.
Mesmo se tratando de um fato sem comprovação da maioria dos moradores da fazenda; José Profiro preferiu seguir para o desbaste das bananeiras no sítio de meio sem
maiores problemas. Ele era um homem supersticioso, e com fantasma não queria
graça.
O trato foi
que ao final do dia, o mesmo trator que levaria os dois irmãos para trabalharem
no final da fazenda, retornaria para ir buscá-los.
Trato feito, trato
aceito. Ambos os lados se satisfizeram com os acordos firmados. Os dois rapazes,
Lourenço e Abio , rumaram na boleia do trator para o final da fazenda, com o
intuito de cortar cachos de bananas. Assobios, cantos e risos, acompanharam os
rapazes até o final da fazenda.
Ao serem lá deixados, os rapazes estavam prontos. Não para trabalhar, mas para fazer o que mais gostavam: se divertirem. Lourenço era o idealizador de todas as tarefas. E partiu dele a ideia de represar parte do rio:
- Olhe Abio com
apenas alguns galhos e troncos de bananeiras, vamos criar uma barragem. E
poderemos dar mergulhos o dia inteiro.
Lourenço, porém para de idealizar seus planos
ao se deparar com o irmão quieto e sem qualquer indicio de que estava de acordo
com os planos do irmão. Lourenço toca-lhe o braço freneticamente:
- Ei cara, acho que
este é o rio de que a piãozada falam que aparece a tal menina, e sorri alto. E
olhando para dentro das matas ao lado do bananal em que se encontravam, gritou-
Ei menina, aparece aqui p’ papai. Vem amorzinho, rs. Abio interveio
energicamente:
- Pare com isso.
Lembre-se que estamos a sós. E eu não to a fim de ver a menina de quem falam.
Ela dever ser horrível. Dar-me arrepios só de pensar. Vamos fazer a tal represa,
mas promete que vamos ao menos cortar alguns poucos cachos de banana para o
velho não brigar com a gente no final do dia.
Lourenço concordou
com irmão:
- Certo. Mas pare de
ficar com medo. Eu garanto a você que não tem mais ninguém por aqui, a não ser
nós. Prometo que depois ajudo você a cortar alguns cachos de bananas. Mas
depois do corte, vamos tomar banho o resto do dia.
Após tomarem banho,
e já com as tarefas concluídas, isto lá pelo meio da tarde. Ambos cansados de
mergulharem procuraram descansar sobre uma enorme pedra.
As águas que desciam
mansa na direção do bananal, no encontro com a pedra, tamborilavam no seu pé,
antes de seguir rio abaixo. Próximo do rio, aves cantarolavam sobre os galhos
das enormes árvores.
Fazia muito
calor. Em decorrência deste calor os rapazes estavam completamente nus.
Deitados, com os braços apoiando as cabeças. Lourenço desabafou com o
irmão:
- Que silencio
incrível. O bom de tudo de tudo isto, é que aqui podemos confessar nossos
pecados, sem precisar de padre. E é o que estou sentindo vontade fazer. Vou
confessar agora meu maior dos pecados para estas bananeiras. E você pode ouvir
também se quiser, brincou com o irmão.
Abio abriu
brevemente os olhos:
-Ta parecendo que
você esta com a consciência pesada irmão. Tá conta, se isto vai aliviar sua
consciência. O que não acredito. Você não tem remorso das maldades que comete.
- Ora não estou
falando de arrependimento. Mas de algo que me fez pensar: A inveja mata?
Abio continuou sem
entender o irmão:
- Do que raio você
esta falando Lourenço. Vai conta logo. Conta logo cara, isto esta me deixando
nervoso agora.
Sem maiores
dificuldades, e com um sorriso frouxo na cara, Lourenço foi aos poucos se
soltando.
- Lembra quando nós
morávamos perto da casa da fazenda. A gente gostava de olhar escondidos atrás
das bananeiras para o filho do patrão, que percorria os jardins da casa, e
andava na beira da lagoa. Ninguém podia chegar perto daquela lagoa, muito menos
pescar. Ele tinha de tudo. Brinquedos, carros, comida boa. A desgraçada da empregada
dele sabia exatamente onde nos estávamos escondidos e botava a gente pra
correr. Que raiva que eu sentia disto. Nós mal tínhamos o que comer em
casa. O salário que o pai dele pagava para o nosso, servia apenas para o começo
do mês. No final do mês, estávamos sem dinheiro e o que era pior, sem comida
também.
Lourenço faz uma
breve pausa, com os olhos perdidos na superfície das correntezas do rio. Abio
se volta para o irmão. Antes retira um galho que estava caído entre eles. Ouvia
com atenção a história do irmão, que até aquela altura, estava sendo a mesma
dele. Certo está de que, não por muito tempo suas histórias vão ficar iguais. É
esperar para ver. Permanece em silencio. O que faz o irmão seguir:
- Eu lembro
nitidamente que fazia minhas refeições fora de casa, lembra? A mãe dizia que
como eu não era da família, e fedia a raposa, não poderia ficar na mesa. Mas eu
gostava de comer sob aquela árvore. Fazia-me sentir perto de minhas origens. E
foi num destes dias, quando ela me trouxe o café da manha que algo aconteceu, e
ninguém sabia, não até agora.
Abio ficou atento. O
que será que foi que ele aprontou desta vez. Pois lembra muito bem da última
vez. Lourenço quase que afogara um garoto La da escola, dentro da vala de
excrementos de porcos, quando voltavam da escola. Motivo pelo qual foram
expulsos da escola. E faz um leve sinal para que o irmão prosseguisse. Este lhe
sorriu friamente e seguiu:
- Eu o enganei
direitinho sabia.
Abio perguntou
rapidamente ao irmão:
- De quem você esta
falando? Quem você enganou homem de Deus?
- Há cala a boca
cara. Eu estou pensando alto. Mas eu enganei o pobre pássaro. É de um pássaro
que estou falando se isto lhe faz sentir melhor.
Abio respirou mais
aliviado. Mas ainda estava a ouvir com atenção:
- A mãe tinha me
dado alguns pães para comer naquela manhã. E o pequeno pássaro parecia que
estava olhando para os pães, e estava. Ele queria também comer dos pães. Acho
que até os pássaros sabiam que os pães que a mãe preparava eram deliciosos. Que
repouse em paz no seu sono eterno minha mãe de verdade. Eu ainda era uma
criança. Mas era uma criança que sentia a dor da exclusão prematuramente. Fui
abandonado pela minha mãe verdadeira dentro das matas. Isto dói sabia. Dói mais
que uma facada no coração. Dizem que ela era uma índia que fora abusada por um
filho da mãe de um peão. É por isto que odeio todos eles. Sou filho bastardo de
um branco com uma índia. Foi por isto que fui deixado ali perto da cerca da
fazenda para os peões me acharem. Bem o resto você sabe. Fui criado pelos seus
pais. E aqui estou, dizendo que o pássaro era muito bonito. Daí ele se chamar
de Bonito. O Bonito veio de vagar. Aos pouco ele foi se aproximando de mim e
das migalhas de pão que estavam espalhadas na palma de minha mão. Eu fingia que
estava lhe dando as migalhas, e isto o fazia criar confiança. Meu sorriso na
verdade era de mentira, tão pouco minha intenção era verdadeira. Nada disto
é perceptível numa pessoa, por isto não acreditem em quem não
conhece. Tudo isso eu pensava olhando para o pobre pássaro. Este
pássaro também não sabia que eu estava louco de raiva, mas não era dele, mas
ele ia pagar por isto. O Bonito saltitante feliz da vida pousou na palma de
minha pequenina mão. Pobre pássaro. A verdade é que no fundo eu estava era com
inveja dele. Eu estava com inveja dele. O Bonito era bonito e feliz. Ele
cantava alegremente, porque a vida era boa para ele. Eu era o filho de um
estrupo rejeitado. Um bastardo sem pai nem mãe. Até a empregada do granfininho
sabia disto. Todo mundo sabe. Odeio todo mundo. Estava doido de raiva, e
precisava descontar esta raiva em alguém. E vi esta oportunidade pousada na
palma de minha mão e se chamava Bonito. O Bonito não alcançou a dar a primeira
bicada na migalha de pão, e já estava sendo esmigalhado pela minha mão. Vi
dentro de seus olhinhos pequeninos a cor do medo. Vi um pedido de socorro também.
Mas ao contrário do que ele pedia, cada vez mais fui esmagando o pequeno corpo
emplumado entre meus dedos pequenos e maus. De repente senti o sangue quente de
ele escorrer por entre meus dedos, e ir cair no chão. A minha raiva subiu ao
nível máximo, e quando isto aconteceu; do pobre e pequenino pássaro só restaram
as penas.
Um silêncio mortal
caiu sobre tudo e todos, após a confissão de Lourenço. Mas aquela monstruosa
história não poderia passar em branco pelo meio naturista. E parece que uma
Providencia oculta, providenciou que uma pessoa submersa nas folhagens de um
emaranhado de galhos que cobria o restante da pedra em que os irmãos estavam
ocupando, ouvisse com detalhe toda a confissão criminosa de Lourenço. Ela estava
tão próxima a eles, que era possível ouvir a respiração ofegante de Abio, por
quem ela sentia pena de vê-lo chorar calado. A menina tampou a boca para não
deixar escapar um grito de horror, ao ouvir o triste fim de seu pássaro
preferido. Um inocente morrera pagando por pecados que não cometera. Esta
pessoa precisava de uma lição.
Ela agora estava a
pensar em um modo de castigá-lo. Mas era quase improvável que aquela criatura
se assustasse com algo. Pois ele era o próprio susto, o medo em pessoa. Mas
ainda haveria tempo para pensar em algo.
Abio preferiu ir
tomar banho. Lourenço o acompanhou. Ambos estavam emudecidos. Não tinham muito
que falar. O riacho aprisionado ganhara uma boa profundidade. E ambos os irmãos
passaram a mergulhar vezes seguidas. Em dado momento Abio pensou estar vendo
uma criatura sobre a pinguela que cruzava o rio de um lado a outro dos paredões
da vala. Não era possível, estava
com muita água dentro dos olhos, e por isto estava vendo vultos sobre a
pinguela. Mas após enxugar os olhos, cutucou o irmão que estava submerso bem a
seu lado:
- Lourenço. Acho que
temos companhia.
Lourenço continuava
a mergulhar sem dar importância para os toques insistentes do irmão. Abio
estava com o olhar preso à pequena figura de uma menina, que ele dava pouco
mais de treze anos. Tinha longos cabelos em desalinho, parece que nunca havia
se penteado na vida. O vestido rasgado e velho era de pensar que nunca tinha
comprado um vestido na vida. Seus olhos eram grandes, e estavam bem abertos, de
forma que parecia nutrirem um ódio intenso por eles.
Deus, que eu faço, e
deu uma tapa mais forte no irmão. Este instintivamente olhou na direção da
pinguela. Ao olhar fixamente para a figura estática parada sobre a pinguela,
Lourenço fala meio que boquiaberto:
- Cara então esta é
a menina em carne e osso, ou é apenas uma miragem? E não é tão feia quanto
pintaram?
Abio o beliscou
suavemente:
- Para de brincar,
porque ela não esta com cara de quem esta a fim de brincadeira.
No momento em que
Lourenço ficou calado, recebeu sobre si, uma chuva de roupa picotadas. Todas as
roupas deles. Eles revisaram rapidamente. Tudo, incluindo cuecas, estavam
devidamente feito em tiras bem finas. Quem era esta maluca. Lourenço fez menção
de sair das águas, mas ao se dar conta que estava nu, voltou a mergulhar. Em
vez disso Gritou:
- Ei, quem é você,
que acha que esta fazendo. Vamos te achar depois garota. E vai pagar pela roupa
cortada...
Mas ela já não se
encontrava mais no lugar que estava. Os irmãos saíram rapidamente das águas,
embrenharam - se pelo meio das bananeiras, e pararam na divisão entre a fazenda
e a floresta de árvores gigantes. Ali eles não iam entrar. Mas Tudo indicava
que a misteriosa menina, havia se embrenhado naquelas florestas dos horrores,
como era chamada. Não tinha a menor
chance de eles entrarem ali sem roupas. Provavelmente seriam engolidos por
milhões de insetos que começaram ali mesmo a fazerem uma festa nos seus corpos
nus.
Tarde de mais. Os
irmãos começaram a correr loucamente para tentarem se livrar de um enxame de
mosquitos, pernilongos, pólvora e outros insetos mais, que surgiram aos
milhares e milhões, tentando os devorarem vivos.
O motorista do
trator ficou horrorizado com a cena que passou a ver de repente. O que estava
acontecendo por ali? Viu duas criaturas nuas correrem aos berros na direção do
trator, envolto a um enxame de abelhas, insetos de toda sorte. Insetos travando uma
luta medonha com dois caras pelados? Santo deus que era aquilo!
Aos berros os irmãos
gritavam em desespero para o motorista do trator:
- Pare! Pare este
trator. Pare agora isto trator não siga mais pra frente pelo amor de Deus os
bichos estão nos matando. Pare! Pare! Não siga pra lá, a menina esta lá. Foi ela
quem cortou nossas roupas. Ela é um demônio. Não vá, volte agora. Socorro os
bichos estão nos comendo vivo, pelo amor de Deus homem volte agora mesmo, vamos
sair agora daqui antes que ela volte e nos transforme em sapo ou coisa
parecida. Foi ela quem mandou estes bichos nos devorar. Os bichos estão nos
devorando vivo, socorro, homem, nos acuda pelo amor de Deus.
O motorista deu a ré
sobre pedra e pau. Muito assustado estava com a sena. Pois também havia ouvido
falar na aparição da menina. Tratou de levar o trator daquele lugar
rapidamente.
Já a salvos, o motorista do trator pode enfim
olhar para os dois rapazes. Inacreditável. Eles estavam irreconhecíveis. As
caras deles estavam parecendo pão queimado. Seus corpos nus tremiam. Em suma,
os dois rapazes estavam em péssimos estados. Totalmente embolorados por
inúmeras picadas, ou melhor, dizendo, centenas, milhares de picadas.
- Estes caras
precisam é de socorro médico, se não vão acabar morrendo, pensou o motorista
que apertava o acelerador até encosta-lo ao fundo.
E foi assim que os malvados irmãos; muito embora Abio não
participasse das maldades do seu irmão de criação, sofria iguais penalidades
por estar sempre ajudando o irmão a se safar das maldades praticadas. Os dois
entraram para a história, da “menina do rio”.
FIM
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